Investir em segurança viária evita que milhares de pessoas morram no trânsito das grandes cidades. De fato, com o aumento da população urbana, políticas educativas e a melhoria do traçado de ruas e avenidas são ações que podem fazer com que esse número não aumente ainda mais.
A segurança viária impacta diretamente na qualidade de vida da população, portanto, deve ser vista como prioridade pelos gestores.
Mas quais ações as cidades podem implementar para se tornarem mais seguras para pedestres e motoristas? É o que você vai descobrir agora! Vamos lá? Acompanhe!
8 dicas de segurança viária
1. Consulte a população envolvida
Os usuários das vias urbanas conhecem como ninguém as suas necessidades. Por isso, ouvi-los é fundamental para a construção de uma política de segurança viária realmente eficaz.
Quer um exemplo? Por meio da ferramenta “Decide Madrid” a cidade convocou os moradores a propor melhorias de segurança viária em locais onde havia muitos acidentes.
A criação de ciclovias e de faixas exclusivas para ônibus foram algumas das propostas selecionadas. Outras ideias incluem extensão das calçadas e redução do limite de velocidades nas vias urbanas.
Os projetos que receberam mais apoio vão à votação. Em seguida, a equipe técnica elabora um parecer de viabilidade e custo das propostas. Ao acessar o “Decide Madri”, os cadastrados podem opinar e fornecer informações adicionais.
Assim, a cidade pode investir recursos onde eles são mais necessários, o que garante a melhoria da mobilidade urbana e da qualidade de vida da população.
A cidade de Florianópolis conta com uma iniciativa parecida. Por meio do programa “Cidade Viva” a população propõe ações de segurança viária que são apresentadas à prefeitura. As mais comuns envolvem o deslocamento do trânsito pesado para longe do centro, alargamento dos passeios e criação de ciclovias.
2. Envolva todos setores da sociedade
Implementar a segurança viária é uma obrigação de todos. Por isso, a administração pública deve buscar parcerias no setor privado para construir uma cidade mais segura.
Escolas, universidades, bancos e empresas de todos os setores devem implantar programas educativos e propor soluções que tornem as cidades mais seguras para todos.
3. Conheça a relação entre segurança viária e economia
Para priorizar o fluxo de pedestres, uma região deve acomodar o trânsito em outras regiões.
A região da Península Histórica de Istambul passou a priorizar o deslocamento de pedestres na região central. Essa iniciativa de segurança viária visa reduzir o número de acidentes na região onde circulavam um grande número de veículos e de pessoas. Assim, todo o centro histórico foi repensado para garantir que as pessoas caminhassem com mais segurança.
A iniciativa colheu outros frutos positivos. Os comerciantes locais se mostraram satisfeitos com o projeto. As ruas se tornaram mais seguras, o que levou as pessoas a comprarem mais. No entanto, a melhoria da qualidade de vida foi o maior benefício do projeto.
4. Garanta a segurança de todos os usuários
Os espaços urbanos devem priorizar a segurança de todos os usuários. Redesenhe interseções, ruas, praças e avenidas onde haja muitos acidentes. Projete a sinalização e o mobiliário de modo a facilitar o deslocamento de pedestres.
Um exemplo vem de Seul, na Coreia do Sul. A cidade remodelou ruas e reduziu o tráfego urbano das áreas escolares. Também promoveu ações educativas, implantou medidas de moderação de tráfego como lombadas e ampliou o tamanho das calçadas.
O objetivo era reduzir o número de mortes entre crianças em idade escolar – só em 1988, foram contabilizadas 1.766. Com as medidas, acidade conseguir reduzir em 39% o número de acidentes e o número de mortes em 95%, chegando a 83 em 2012.
5. Incentive o uso do transporte coletivo
Para atrair os usuários, o transporte público deve ser seguro e acessível. Por isso, invista na infraestrutura, iluminação e na sinalização. Também é importante treinar os condutores para prestarem o melhor trabalho possível.
Grandes cidades como Bogotá conseguiram reduzir o número de mortes em 60%. Programas de educação no trânsito, implantação de ciclovias, melhorias do transporte coletivo e ampliação da linha do metrô foram decisivos para esse cenário.
Outra iniciativa, o BRT Transmilênio reduziu o custo das passagens e o tempo das viagens. Também facilitou o acesso ao transporte urbano e o tornou mais seguro.
Mais exemplo que merece destaque é o BRT MOVE de Belo Horizonte. Para ampliar o número de passageiros, a cidade remodelou o centro da cidade criando faixas exclusivas para ônibus e passarelas de acesso para os pedestres. Após a implantação, o número de acidentes de trânsito caiu pela metade, já que menos veículos de passeio passaram a circular pelas avenidas centrais.
7. Promova a saúde da população
Crie ações que promovam a interação entre pessoas. Incentivar visitas a parques, piscinas, praias e centros de recreação e oferecer programação esportiva faz com que a população fique mais tempo ao ar livre. Isso é claro, promove a saúde.
Nova York, por exemplo, conta com muitos espaços para pedestres. Ruas, pontes e passarelas mal utilizadas vem sendo remodeladas para abrigar parques, quadras e áreas de convivência.
Calçadas mais largas, mini praças, áreas verdes e espaços de convivência trouxeram mais conforto aos moradores. Além disso, várias regiões da cidade passaram a restringir o acesso a pedestres e ciclistas.
Com a adoção dessas medidas, o volume do tráfego foi reduzido em 16%, já os acidentes de trânsito caíram 26% nos locais onde há calçadões e áreas verdes.
8. Priorize a segurança
A segurança viária incluiu pensar em projetos focados na segurança dos usuários. Ao reduzir os limites de velocidade e repensar o traçado das vias públicas, cidades como Fortaleza e São Paulo reduziram o número de mortes em acidentes no trânsito.
As cidades também aprimoraram a segurança ao criar estratégias integradas de mobilidade urbana que reduzem a exposição da população ao risco de acidentes.
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