Você sabe como aplicar o ESG nos transportes?
ESG significa Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança). Trata-se de um conjunto de práticas que guia investimentos com foco em sustentabilidade.
Em outras palavras, relaciona-se às práticas das empresas nessas três áreas. Diz, portanto, o quanto uma organização se empenha em minimizar os impactos no meio ambiente — um assunto bem importante para a sociedade atual e futura.
O ESG vem ganhando destaque por causa da ampliação da cadeia produtiva, capaz de impactar a extração desenfreada de recursos naturais. Seu objetivo é desafiar os profissionais da área, para que repensem sobre o modelo logístico utilizado.
Quem transporta e adota medidas sustentáveis, alcança melhor qualidade nos serviços e bem-estar tanto para os colaboradores quanto para a sociedade.
Quer saber como a sua empresa pode desfrutar dos mesmos benefícios?
Continue a leitura e veja X práticas sociais para começar hoje mesmo o ESG nos transportes!
1. Repensar o relacionamento com os stakeholders
Para implementar o ESG nos transportes, é interessante repensar no relacionamento dos stakeholders envolvidos nas operações de logística
Isso deve envolver colaboradores, fornecedores, parceiros e a comunidade. Nesse sentido, observe aspectos como:
- Contratos comerciais;
- Condições de trabalho;
- Impacto ambiental no local de moradia e trabalho.
Observar as boas práticas da governança é um fator de sucesso para implementar o ESG no transporte. A liderança deve estimular seus colaboradores por meio de uma cultura que valoriza a sustentabilidade.
2. Conscientizar os motoristas
Quando se pensa em práticas sustentáveis na logística, é comum associar o tema à emissão de carbono no processo de transporte. Sim, esse assunto é importante.
Só não podemos esquecer que há um forte componente no S de ESG, ou seja, no social, principalmente no que se refere às condições de trabalho dos motoristas.
É comum encontrar motoristas em condições precárias, que não fazem paradas nem para um rápido descanso. Há aqueles que utilizam drogas ilícitas e os que estimulam a prostituição, inclusive infantil.
Sendo assim, é necessária a realização de um trabalho de conscientização com os motoristas. A área de logística deve ter em seu escopo a responsabilidade de mitigar impactos tanto no ambiental quanto no social.
O começo, no entanto, se dá pela governança.
3. Observar a capacidade de impacto
Se você deseja implementar o ESG nos transportes, deve trabalhar o fato de que esse conjunto de práticas tem potencial para impactar toda a atividade logística.
Nesse sentido, o transporte precisa ser feito com o máximo de eficiência e usando a energia mais limpa possível — ou pelo menos compensando a utilizada.
Lembre-se de que o ESG se propõe a alavancar boas práticas ambientais e melhorar as condições de vida das pessoas envolvidas na operação.
Em relação ao social, a melhoria das condições de trabalho promove ganhos como:
- Redução de acidentes nas estradas;
- Valorização da diversidade;
- Redução de impactos negativos para comunidades que vivem à beira das estradas.
Vale a pena destacar ainda que a sustentabilidade também deve ser financeira e administrativa, prezando por uma operação enxuta e eficiente.
O fortalecimento de princípios como a ética empresarial estimula a construção de instrumentos de controle que fomentem a transparência e a responsabilidade da organização.
4. Aumentar o padrão de qualidade e excelência
Esse é um desafio e tanto para o setor de logística. O consumo de combustível, por exemplo, é um dos maiores obstáculos do ESG no transporte.
A crescente demanda por remessas de comércio eletrônico, por exemplo, gera um estresse e um gasto sem precedentes aos prestadores de serviço de logística.
Entregas unitárias e sem rotas planejadas aumentam o consumo de combustível e o desperdício. Isso impacta diretamente nos níveis de poluição.
Soluções de roteirização diminuem o tempo do caminhão na rua.
5. Dar mais atenção à frota
Outra prática social importante para a implementação do ESG nos transportes é a garantia da manutenção adequada da frota.
Observe aspectos como idade, frequência de manutenção e eficiência energética dos veículos.
A falta de manutenção representa um risco para motoristas, cargas e operações. A longo prazo pode comprometer a saúde financeira do negócio.
Avalie, portanto, o combustível utilizado e as condições dos pneus. Promova a manutenção preventiva dos veículos, para evitar a corretiva.
6. Promover a diversidade na companhia
De volta ao aspecto social, as companhias vêm buscando ampliar a diversidade em seus quadros. Vale destacar que isso não ocorre apenas em cargos operacionais, mas também na liderança.
É fundamental dar mais oportunidades de promoção a talentos de todas as origens e perfis. Essa é uma questão estratégica que contribui diretamente com os resultados da sua operação.
Pessoas diferentes pensam de modo diferente. Quando trabalham em equipe, discutem soluções distintas para o mesmo problema.
Se a sua equipe tem um perfil parecido, dificilmente terá um alto nível de criatividade — exatamente porque as pessoas podem pensar do mesmo modo.
7. Envolver a alta diretoria na implementação de ESG nos transportes
Para ter sucesso na implementação do ESG nos transportes, envolva a alta diretoria nas práticas que impactam as três esferas desse índice.
A B3 divulgou o ranking dos campeões de ESG. Em comum, todos têm a alta diretoria atuante nos indicadores de sustentabilidade.
O top 10 do ranking traz, na ordem:
- EDP;
- Renner;
- Telefônica;
- CPFL;
- Natura;
- Klabin;
- Itaú;
- Ambipar;
- Suzano;
- Engie.
A B3, bolsa de valores oficial do Brasil, elaborou o ranking com a finalidade de oferecer ao investidor um melhor entendimento acerca da evolução dos indicadores de sustentabilidade de empresas que fazem parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).
Gestoras de recursos vêm atrelando a performance de fundos ao ISE. Isso acompanha a tendência mundial de valorização de companhias que têm iniciativas de sustentabilidade.
Em outras palavras, a posição no ISE também serve como forma de avaliar o resultado da organização.
Com o ranking, a B3 pretende estimular o mundo corporativo brasileiro a profissionalizar a gestão de ESG, fazendo-as ingressarem no ISE.
Quando a alta diretoria está envolvida com as práticas de ESG, a sustentabilidade passa a ser percebida pelos stakeholders. A percepção ocorre em qualquer experiência com as marcas que fazem parte da empresa.
Note que o ESG nos transportes vai além da questão logística, pois seus impactos vão desde o bem-estar dos colaboradores ao da sociedade, passando pela forma como a empresa é vista e avaliada no mercado.
Saiba mais sobre ESG nos transportes acompanhando os outros artigos que estão em nosso blog.