Os veículos são os principais emissores de gases de efeito estufa, que causam danos ao meio ambiente e a saúde da população. De fato, os carros respondem por 72,6% da emissão de carbono (CO₂), embora transportem apenas 30% da população.
Há duas maneiras de compensar a emissão de carbono dos veículos automotores que trafegam nas vias urbanas. A primeira é plantar árvores em número que supere o CO₂ emitido ao longo dos trajetos.
A segunda é proteger as florestas nativas, reduzindo queimadas e desmatamentos. Nas duas situações é preciso calcular a emissão de carbono e o volume de gás que será absorvido pelas florestas por meio da fotossíntese.
A seguir explicaremos melhor como fazer essa conta. Vamos lá? Acompanhe!
Como calcular a emissão de carbono do veículo?
O primeiro passo para calcular a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) é saber com qual combustível o veículo é abastecido: gasolina, diesel, biocombustível ou gás natural.
Para exemplificar, explicaremos como calcular a emissão de carbono dos veículos a gasolina, já que esse é o combustível mais utilizado no país.
Quilômetros por litro?
O segundo passo é saber quantos quilômetros o veículo utiliza para percorrer uma determinada distância. É simples: basta encher o tanque e anotar o volume utilizado. Depois, zere o odômetro. Também vale marcar a quilometragem na hora de encher o tanque.
Agora, é só utilizar o veículo até atingir a reserva. Anote a quilometragem. Divida a distância percorrida pelos litros utilizados — o resultado será a taxa de consumo em quilômetros por litro (km/litro).
Qual é a emissão de carbono?
Para calcular a emissão de carbono, considere a densidade da gasolina (0,75 kg / litro) e o fator de transformação da gasolina em CO₂ (3,7 C/CO₂).
Além disso, é preciso descontar o volume de etanol, que varia de 18% a 25%. Ou seja, cada litro de gasolina vendida no Brasil tem 82% de gasolina pura.
Para cada 1 litro de gasolina, o cálculo é o seguinte: 1 x 0,82, 0,75, 3,7 = emissão de carbono por litro.
Quer um exemplo? Suponha que um veículo percorra 20 quilômetros por dia. A taxa de consumo é de 10 km/litro, ou seja, o consumo é 2 litros por quilômetro.
Nesse caso, a emissão de carbono pode ser calculada da seguinte forma: 2 x 0,82 x 0,75 x 3,7 = 4,55 kg de CO₂.
E quem percorre 500 km/semana com 1 tanque de gasolina? Se o carro consumir um litro de gasolina para percorrer 10 km, o cálculo da emissão de carbono será o seguinte:
50 x 0,82 x 0,75 x 3,7 = 114 kg de CO₂ por semana. Bastante, não é mesmo?
Como calcular a emissão de carbono de transportes públicos coletivos?
Quer saber a emissão de carbono dos transportes coletivos? Nesse caso, o resultado será dividido entre os usuários.
Para fazer essa estimativa, observe o número de pessoas presentes em cada viagem. Claro, em alguns dias o ônibus está mais cheio, em outros, mais vazio — é preciso fazer uma média. Considere um número fixo: 30 passageiros.
A distância deve incluir o percurso completo, do primeiro ao último ponto. Assim, você saberá quantas árvores plantar para compensar a emissão de carbono do ônibus que utiliza.
Vale observar, que o transporte público deve ser utilizado com consciência — faça o menor percurso possível e, caso faltem poucos metros para o destino, termine o percurso a pé.
O cálculo da emissão de carbono dos transportes coletivos é semelhante ao do carro. No entanto, a gasolina é substituída por diesel e o trajeto é compartilhado com vários usuários.
Exemplo: percurso de ida e volta ao trabalho. Usuários: 30 pessoas.
Distância: 15 km, ida e volta 30 km.
Dias trabalhados: 10 viagens de 15 km, ida e volta 30 km. Total 150 km / semana, 150 x 53 semanas = 7950 km por ano.
Média de consumo de diesel: 3 km / litro. Consumo de diesel por ano: 2650 litros por ano, ou seja, 88,33 litros por passageiro.
Emissão de carbono: 2650 x 0,83 x 3,7 = 8.138,15 kg de CO₂ por ano. Como esse valor é compartilhado, é preciso dividir. Logo, 8.138,15 / 30 = 271,27 kg de CO₂.
Como compensar a emissão de carbono plantando árvores?
Para recuperar uma área desmatada, são utilizadas, em média, 2000 árvores por hectare. No entanto, uma floresta demora entre 30 a 40 anos para atingir o estágio de estabilidade de biomassa, mesmo que continue a crescer após esse período.
A Mata Atlântica e o Cerrado têm teor de carbono de aproximadamente 100 toneladas de C / hectare. Já a Floresta Amazônica tem estoque de 170 toneladas de C / hectare.
Vale observar, no entanto, que uma floresta com mais de 30 anos tem o seu estoque acrescido de 70%. Logo, para fazer o cálculo utilizamos 70 tC / ha para a Mata Atlântica ou Cerrado e 120 tC / ha para a Floresta Amazônia.
Para conciliar o estoque de carbono (C) com a emissão de carbono (CO₂) usa-se a unidade equivalente de CO₂ ou CO₂-eq. Cada tonelada de Carbono estocado equivale a 3,7 toneladas de CO₂-eq sequestrado da atmosfera. Na Mata Atlântica e no Cerrado, esse valor representa 260 t CO₂-eq/ha. Já na Amazônia, 120 tC/hectare representa 444 t CO₂-eq/ha.
Para saber quanto uma árvore estoca para crescer, basta dividir o estoque pelo total de árvores plantadas. Assim, cada planta estoca, aproximadamente, 130 kg CO₂-eq caso seja nativa da Mata Atlântica ou do Cerrado e 222 kg CO₂-eq caso seja da Floresta Amazônica.
E por ano? Durante esse período, cada árvore da Mata Atlântica estoca 4,3 kg. As da Floresta Amazônica, 7,4 kg.
Como você sabe, é preciso proteger a natureza e cuidar das áreas desmatadas para reduzir o impacto da emissão de CO₂. Também vale utilizar meios de transporte mais sustentáveis como bicicletas, metrô ou carro elétrico que queimam combustíveis fósseis e, portanto, são “amigos” do meio ambiente.
Além disso, é preciso plantar árvores para reduzir a emissão de carbono do seu veículo!
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