A poluição veicular causa um grande impacto na saúde e no bem-estar da população das grandes cidades.
Os números são, de fato, bastante expressivos: os veículos são responsáveis por 72,6% da emissão de gases nocivos à saúde, embora atendam a menos de 30% da população.
Quanto maior a quantidade de carros, maiores os danos causados devido à queima dos combustíveis fósseis, que libera uma grande quantidade de CO2 na atmosfera.
Quer um exemplo? A região metropolitana de São Paulo tem, aproximadamente, 7 milhões de veículos. 34% desses têm mais de 20 anos de uso. Ou seja, não contam com uma tecnologia capaz de minimizar a emissão de gases.
Quer entender melhor esse assunto? A seguir, explicaremos melhor os prejuízos da poluição ambiental ao meio ambiente! Vamos lá? Acompanhe!
Como funciona o motor de um carro?
Para entender melhor a poluição veicular, é importante entender o funcionamento de um motor de quatro tempos, o mais comum.
De maneira resumida podemos dizer que esse equipamento combina o ar atmosférico com o combustível. A reação libera calor e expande os gases da câmara de combustão, pressionando o pistão que gira e movimenta o motor. Os gases resultantes da transformação do calor em trabalho são liberados pela descarga, gerando a tão temida poluição veicular.
Quais gases são liberados na combustão?
Na combustão completa o oxigênio consome todo o combustível. Nos compostos de carbono e hidrogênio, o processo libera energia, água (H20) e dióxido de carbono (CO2).
Além de ser tóxico quando liberado em ambientes fechados, o CO2 causa grandes danos ao meio ambiente, pois produz o chamado efeito estufa.
Já a combustão incompleta ocorre quando o combustível não consome todo o oxigênio e esse processo gera uma maior poluição veicular. Além de H2O e CO2, há liberação de monóxido de carbono (CO), carbono elementar (C), aldeídos e fuligem, formada por partículas sólidas de carvão.
Além disso, a combustão incompleta pequenas quantidades de dióxido de enxofre (SO2), sulfeto de hidrogênio (H2S) e óxidos de nitrogênio (NOx).
Quais são os impactos da poluição veicular no meio ambiente?
Os efeitos mais conhecidos da poluição veicular são o aquecimento global e o efeito estufa. Esses fenômenos ocorrem quando os gases de efeito estufa (GEE) absorvem os raios solares e “prendem” a radiação infravermelha na atmosfera.
A poluição veicular também gera o chamado efeito smog, névoa espessa acastanhada que diminui a visibilidade e gera problemas respiratórios Outro problema é a chuva ácida, que causa danos às plantações, ao solo e até mesmo as construções urbanas.
Os gases liberados na queima de combustíveis fósseis também gera acidificação dos oceanos, o que afeta diretamente os organismos calcificadores. Quando o oceano absorve CO2 em quantidades normais, os organismos marinhos o transformam em carbonato de cálcio (CaCO3) na calcificação.
No entanto, quando os oceanos estão ácidos, essa reação não ocorre. Na verdade, os danos são imensos. Segundo um estudo publicado na Communications Biology a acidificação prejudica o crescimento dos recifes de corais e desestabiliza toda a cadeia alimentar dos oceanos. Algas, moluscos e pequenos invertebrados também podem perder sua capacidade de formar conchas, o que pode fazer com que essas espécies desapareçam.
Saúde
A poluição veicular também causa sérios danos à saúde. Hidrocarbonetos não metanos e material particulado atacam as vias respiratórias superiores prejudicando a respiração e causando doenças como alergias, sinusites e rinites.
Já o efeito smog pode causar asma, inflamação respiratória, irritação, dores de cabeça e bronquite. O monóxido de carbono também causa severos danos à saúde, reduzindo a oxigenação no sangue e sobrecarregando o coração.
Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), vapores de óleo diesel podem causar câncer em seres humanos, principalmente no pulmão e na bexiga. Ainda segundo a agência, o enxofre e o óxido de oxigênio são gases mais nocivos.
Como minimizar os problemas causados pela poluição veicular?
Implementar ações que diminuam a poluição veicular é fundamental para conter danos ao meio ambiente e à saúde dos seres humanos.
Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), os estados devem elaborar um Plano de Controle Veicular (PCPV) para diminuir a poluição.
Em São Paulo, por exemplo, o documento prevê inspeção veicular e a medição da fumaça dos veículos a diesel. Recomenda ainda:
- Incentivo a implantação de frotas “amigas” do meio ambiente nas empresas de transporte e entrega de mercadorias;
- Aperfeiçoamento do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE);
- Aperfeiçoamento do Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares (PROMOT);
- Intensificação da fiscalização durante o inverno quando há inversão térmica;
- Sistema de recuperação de vapor de combustível a bordo (ORVR).
Além disso, as cidades devem incentivar o uso do transporte público. Utilizar metrô, trem ou ônibus diminui a quantidade de carros nas ruas e contribui ativamente para a redução da poluição.
Outra boa ideia é instalar bicicletários em pontos estratégicos. Isso permite que os usuários utilizem esse meio de transporte para fazer pequenos percursos evitando utilizar o carro ou outro meio de locomoção.
Já as empresas podem instalar um programa de carona solidária. Nesse caso, dois ou mais funcionários que moram em uma mesma região podem utilizar o mesmo veículo para ir ao trabalho algumas vezes por semana. Isso gera economia e incentiva o coleguismo entre os colaboradores da empresa.
Outra boa ideia é apostar nos biocombustíveis, menos poluentes que a gasolina e o diesel. Além disso, a empresa deve fazer revisões periódicas na frota para manter a queima de combustível no padrão.
Também é importante investir em pesquisas em tecnologias que reduzam a poluição veicular. Assim, fica mais fácil evitar que o problema acabe se tornando irreversível.
Gostou desse texto sobre os problemas que a poluição veicular causam ao meio ambiente? Quer saber mais sobre o assunto? Então, continue lendo o nosso blog!